Desafiando a autoajuda
Um dos mais populares e polêmicos pensadores da atualidade, o filósofo Luiz Felipe Pondé não é,
exatamente, um otimista. Pelo contrário: sabe como poucos apontar as mazelas da sociedade e as
contradições do comportamento humano. Escrever um livro sobre felicidade poderia, portanto, parecer
uma incongruência. Poderia, mas não é. Apesar do debate sobre felicidade existir há quase dois mil anos,
o filósofo busca inspiração em algumas dezenas de pensadores para versar sobre a lógica da felicidade e
da infelicidade.
Nada que se assemelhe a um manual de autoajuda. Pondé não oferece uma receita. Ele estimula o leitor a
fazer exercícios filosóficos. Discute, questiona mas também oferece a sua opinião Argumenta, por
exemplo, que ser bom não garante nada e que a ambição desmedida é um motor poderoso para a
infelicidade. E afirma ser difícil pensar em parâmetros da felicidade no século XXI: o século da mentira
que, segundo o filósofo, está sendo definido pelo marketing e pela psiquiatria. Talvez o leitor não termine
(in)Felicidade para corajosos exatamente feliz – mas terá alimentado a cabeça e o espírito pensando a
respeito.
Autoajuda / Filosofia / Não-ficção