Inquieta Companhia

Inquieta Companhia Carlos Fuentes


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Carlos Fuentes retoma a literatura fantástica nos seis contos longos de Inquieta companhia, livro marcado por um surrealismo gótico que se propõe a explorar o lado sobrenatural da morte. O célebre autor mexicano encontra lugar para anjos, vampiros, fantasmas, mortos-vivos e bruxas no mundo globalizado e cético dos dias atuais. Em geral, as narrativas se iniciam em um contexto de absoluta normalidade, até que o óbvio da vida é definitivamente perdido em algum ponto de um caminho inesperado, tortuoso e sem volta, conduzido por uma lógica desconhecida que obriga os personagens a se deparar com a fronteira onde morte e loucura se encontram.

No conto “A boa companhia”, o jovem Alejandro se dá conta de que alguma coisa mudou em sua vida quando vai morar com duas tias anciãs que ele não conhecia. Como não se dão bem, elas se organizam de modo que uma jamais veja a outra dentro de casa. Elas dizem que as pessoas lá fora são todas fantasmas. E esses “fantasmas”, por sua vez, crêem que elas são assombrações. Situado no ponto de interseção entre esses dois mundos, Alejandro precisa descobrir em qual lado da vida ele está. Talvez ele tenha morrido na infância e não saiba. Talvez suas tias estejam tentando matá-lo.

Em “A bela adormecida”, a figura central é Alberta, uma mulher que está encerrada em seu quarto há 30 anos. O Dr. Jorge Caballero é chamado para examiná-la. Aparentemente, ela está morta. Mas, quando ele a toca, sua carne se aquece e volta a corar, seu sangue entra novamente em circulação. Para o médico, trata-se de uma doença neurológica rara. Para Emil Baur, marido de Alberta, ela está mesmo morta e só desperta quando tocada por outro morto.

Mesmo a morte fictícia pode ser perturbadora. Em “O amante do teatro”, um editor de cinema chamado Lorenzo O’Shea torna-se obcecado pela mulher que se mudou para o apartamento em frente ao seu, a ponto de abandonar o emprego e parar de dormir para poder ficar todo o tempo escondido na janela, à espera dos raros momentos em que sua musa aparece. Quando ele descobre que ela é atriz e está em cartaz com a peça Hamlet, no papel de Ofélia, ele passa a ir ao teatro todos os dias, só para vê-la. Mas ele sempre vai embora antes da cena em que Ofélia morre, porque não suportaria vê-la morta. Até que, na última noite da temporada, decide ficar para ver a morte inevitável de sua amada, que o afeta profundamente.

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on 10/8/23


Este livro é uma publicação de seis contos longos que decidi ler como recomendação de entrada na obra de Carlos Fuentes. Por se tratar de um escritor muito famoso e importante, representante mexicano do "boom" latino-americano, vim com grande expectativa, que no avançar da leitura converteu-se em frustração. Talvez tenha sido falha da tradutora, cujo trabalho não me pareceu bom. Talvez uma fase mediana de um grande escritor. Mas o conteúdo do texto se destaca de maneira bem inconsta... leia mais

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