É com o olhar do filósofo, do ensaísta, do médico, do músico e do crítico literário que jean starobinski - a exemplo dos grandes humanistas do século - esquadrinha a obra de jean-jacques rousseau. delicadamente, starobinski dedica a mesma atenção à evidência e às sombras do espírito, interroga o sentido dos gestos começados e interrompidos, investiga a amarga reflexão de rousseau ao ter de afrontar a perda de um mundo regido pela transparência e ser condenado a viver em um mundo mediado pela propriedade e pelas instituições. apoiando suas análises na sensibilidade do artista e na razão do filósofo e cientista, starobinski segue um duplo movimento, que alguns críticos chamam de "dialética das aparências": interroga o mundo visível, denunciando as aparências enganosas, mas ao mesmo tempo dá a essas aparências um sentido novo e inteiramente diferente.
Filosofia