João Goulart estreou seu governo sob a ameaça de um golpe militar. Como vice-presidente, ele deveria assumir no lugar de Jânio Quadros, que renunciara. Os militares, no entanto, não aceitavam entregar o poder a um herdeiro político de Getúlio Vargas que viam como esquerdista. Após dias de muita tensão, o Congresso optou por um caminho conciliatório. Ele tomaria posse, mas com os poderes limitados pelo parlamentarismo.
Depois de um plebiscito antecipado para janeiro de 1963, o parlamentarismo foi derrubado e enfim Jango se tornou presidente com plenos poderes, criando o décimo-terceiro salário e investindo em reformas de base, como a agrária, com as quais garantiu o apoio de sindicatos, estudantes e forças de esquerda. Mas a espiral inflacionária e a dívida externa fora do controle afetavam a população e os empresários. Greves começaram a pipocar.
As ações conspiratórias das Forças Armadas desaguaram no golpe de 64, que contou com o apoio de grandes empresários, da imprensa, de boa parte da sociedade, da ala mais tradicional da Igreja Católica e do governo americano.
História do Brasil