Jornadas de Junho

Jornadas de Junho Plínio de Arruda Sampaio Júnior (Org.)


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Jornadas de Junho


A Revolta Popular em Debate




Quando terminava o primeiro semestre de 2013, o país foi sacudido pela emergência de uma mobilização social como não se via há cerca de 20 anos: ao fim da primeira quinzena de junho, uma manifestação de jovens, na cidade de São Paulo, centrada na questão do aumento das tarifas do transporte público, deflagrou uma dinâmica que, ao cabo de um mês, despejou multidões nas ruas e praças de 22 capitais e 400 cidades e envolveu uma greve de que participaram 3 milhões de trabalhadores. O movimento pôs em confronto o Brasil real (com suas carências absurdas em todos os planos da vida social) e o Brasil da ficção (aquele da “nova classe média”, do “novo desenvolvimentismo”, que vai realizar “a Copa das Copas” e coisas que tais).

A resposta imediata dos governantes diretamente envolvidos foi a repressão mais brutal: forças de segurança estaduais (as PMs) operaram com uma violência de dar gosto aos saudosos da ditadura. O governo federal (aquele do “projeto democrático e popular”) enfiou a cabeça na areia e a grande mídia tratou de criminalizar o movimento (argumentando sobre um pretenso “vandalismo”). Corridas pouco mais de 72 horas, a dinâmica em curso obrigou a uma mudança de discurso: todos os governantes (e a fauna política da situação e da oposição institucionais) formalmente reconheceram a legitimidade do elenco de demandas (enquanto o porrete policial continuava operando no lombo das massas renitentes) e a mesma grande mídia tratou de distinguir os “vândalos” dos “manifestantes de boa índole”.

Os “comentaristas” políticos e os “analistas” econômicos trabalharam muito durante aquelas semanas – dissertaram longamente sobre as “jornadas de junho”, dando voz aos interesses dos seus patrões. Obviamente, tergiversaram as questões decisivas: o que subjaz às “jornadas de junho de 2013”? Que processos de fundo vieram à tona naqueles dias em que o país despertou de uma letargia de 20 anos? O que significaram aquelas mobilizações extraordinárias? Qual o saldo que deixaram? Que problemas colocaram/colocam às forças políticas que se batem contra o status quo?
Nos textos reunidos neste livro estão delineadas as primeiras análises necessárias para esclarecer tais questões. Os autores dessas páginas – que se inscrevem, indiscutivelmente, entre os mais qualificados intelectuais brasileiros contemporâneos, com a sua respeitabilidade acadêmica também credibilizada pela sua ativa intervenção nas lutas sociais – enfrentam a concreta problemática posta pelas “jornadas de junho”. E a enfrentam numa perspectiva totalizante e inclusiva: inquirem a sua relação com o processo da revolução brasileira, perscrutam o protagonismo dos seus sujeitos sociais, indagam a sua complexa rede de causalidades e motivações, confrontam-se com os dilemas da sua direção política, relacionam as conexões da sua pauta aparentemente heteróclita e as situam no marco crise do capital.

Não é preciso esperar que a coruja de Minerva levante voo para explicar e compreender os processos históricos: é possível, no calor da hora, produzir conhecimento crítico e radical. Os sete autores deste livro demonstram-no cabalmente (José Paulo Netto).

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Gislania Freita
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12/01/2015 20:07:22

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