Escrito há mais de quatrocentos anos, Júlio César ainda é uma poderosa atração para plateias, diretores de cinema e de teatro, pintores, escultores e acadêmicos. Enquanto estas linhas são lidas, em alguma parte do mundo Júlio César está sendo objeto de alguma atenção acadêmica ou artística. Já por sete vezes esta peça de William Shakespeare, provavelmente escrita em 1599, foi levada ao cinema, com atores do quilate de Marlon Brando e Charlton Heston no papel de Júlio César. A primeira vez que foi levado à tela, em 1914, o cinema engatinhava. Em 2013, os irmãos Taviani filmaram Júlio César pela sétima vez, empregando como atores presidiários de uma penitenciária de segurança máxima, versão que lhes mereceu o Urso de Ouro do Festival de Berlim. Júlio César, com Coriolano e Antônio e Cleópatra, faz parte da chamada “trilogia romana” de Shakespeare, obras de cunho eminentemente político, não só no sentido que a palavra “político” conotava nos dias de Shakespeare, ou seja, corrupto, desonesto (até propina há na peça), mas no sentido mais amplo e puro de luta pelo poder, com a intenção de melhorar o mundo e trazer mais justiça para os cidadãos. Júlio César forma um grande drama teatral de dez atos com Antônio e Cleópatra, sequência praticamente ininterrupta de Júlio César que não deve deixar de ser lida, para que se feche o ciclo da República Romana, que começou com o fim da monarquia, em 509 a.C, quando o sétimo e último rei de Roma foi deposto, e terminou em 27 a.C., com a ascensão de Otávio Augusto, primeiro Imperador Romano.
Drama / Literatura Estrangeira / Ficção