Lado B traz 12 contos. O texto é enxuto. As descrições buscam o realismo. Mas há um toque de poesia, explorando um clima de nostalgia, melancolia, algo "retrô". Elas amam demais, sofrem demais e sentem demais, em um mundo de repressões, patriarcal, que ainda silencia, condena e pune o prazer e o amor entre mulheres.
Corajosos, alguns trechos são explícitos -- os mais conservadores diriam "pornográficos" (Gozei imaginando que a penetrava com o meu clitóris, misturando os dois líquidos sem nome, os dois gostos diferentes, formando um terceiro, que depois eu lamberia).
Além do erotismo, a obra fala de maternidade, de amor, de morte, de solidão, de felicidade. Há lésbicas para todos os gostos, contrariando as expectativas do senso comum, que só admite a existência do estilo "caminhoneira" para as chamadas "sapatonas".
O livro surpreende quando narra experiências de mulheres cheias de feminilidade, assumidas ou não, de diferentes perfis (brancas, negras, jovens, velhas, enfim, gente de carne e osso, que pode estar sentada ao seu lado e você nem desconfia de sua homossexualidade -- e precisa?!).
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