A leitura deste "Afetos e Avessos" me levou para o imaginário das Mil e Uma Noites [...] o que Sherazade queria e fez o tempo todo era fascinar o rei com inúmeras narrativas que desembocavam umas nas outras, nunca terminavam e assim sua morte ia sendo adiada.
Este livro de Jacinto Fabio Corrêa, Afetos e Avessos, é um pouco “esse desembocar” de imagens, recortes diversos da infância à maturidade. Como se afetos e avessos se misturassem, se encontrassem o tempo todo. E, talvez, porque afetos são cheios de avessos. [...] Jacinto tem algo para nos contar. E o faz com propriedade, inteligência. Alguns contos como Nome, As contas de Maria Cecília, Pela liberdade oral dos filhos, O maior desejo do mundo, O Noivado, dentre outros, com uma linguagem direta, com humor, dizem o que têm a dizer. E como disse o grande Carlos Drummond de Andrade, que também era contista, “Tenho a impressão de que tudo pode mesmo acontecer em matéria de contos, ou melhor, no interior deles.”
Com Afeto, e por que não Avessos?
Contos