Estamos diante de uma escritora que cultiva a escrita com a paciência e a precisão dos grandes contistas. Dividido em duas partes, os dezoito contos formam uma intensa obra – ao mesmo tempo saudosista e contemporânea – que consome o leitor numa combustão lenta, consistente e intensa. Os lirismos inerentes à sua estilística tornam a leitura luxuriosa e plural. Entre afetos e memórias, a autora revela todos os pecados, esgueirando-se por entre os corpos e cotidianos, cutucando as feridas, profanando os silêncios e os significados. Ler “Rondó” é como participar de um baile francês em pleno Séc. XXI, dançando em círculos em volta dos contos, pegando tudo o que se pode enquanto se perde naquilo que não alcançou.
Contos