“entre as mãos e o labor/entre o corpo e o espelho” são os dois versos que abrem o livro "Lacunas" de Ana Galdino como se abrissem uma ferida antiga de um corpo adormecido. A ausência se manifesta nos espaços mínimos desse corpo, revelando seu princípio de dor e devastação. Em "Lacunas" há uma extensa cartografia da saudade e por isso os poemas ensaiam um movimento ambíguo de fuga. Será possível esquecer? O luto pode ser superado? A lembrança do objeto perdido vai se diluindo aos poucos, apegando-se aos membros, órgãos, músculos, a respiração.
Poemas, poesias