Aos rigores do desespero e da saudade

Aos rigores do desespero e da saudade Murilo Melo


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Aos rigores do desespero e da saudade





Trancafiado em seu apartamento de poucos metros quadrados em Salvador, Murilo Melo registra o medo e a falta ao ser vetado dos dias comuns, da rotina e da vida boêmia nos bares do Rio Vermelho durante a pandemia do coronavírus. Convivem com ele a alegria e o estado depressivo, o passado e o futuro — e, nesses tempos de crise, anotações sobre uma angústia coletiva que servem como espetáculo para expor a própria vida privada. Está a descrever o Brasil como se estivesse fotografando, com cores muito nítidas, os primeiros meses do conturbado ano de 2020, com todas as suas particularidades e fragmentação. Intercalando três pijamas e alguns ansiolíticos, enquanto assiste aos noticiários, se arrisca na cozinha e escolhe filmes em streaming, o jornalista nos faz escutar o frágil ritmo de um coração partindo, vive em estado de rememoração, solidão, e lamúria, e tenta se adaptar à vida das lives de artistas, aniversários on-line, flertes em janelas e frustrações de sexo com o namorado por videoconferência. Há, ainda, a preocupação exacerbada pela aparência, a cobrança por produtividade, a dependência de psicoterápicos, o pânico de ser infectado pelo vírus e a culpa por ter desviado do itinerário farmácia supermercado e ido ao bar enquanto, hipocritamente, mobilizava no Twitter a campanha #FicaEmCasa.

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