Manacá

Essencialmente, eis um livro sobre imanência, pois vai fundo em questões que dizem respeito ao ser e ao tempo, ao universo e seus contrastes, à existência e seus dilemas, ao valor da arte num tempo de valores escalonados, déficit civilizacional e aviltamento de princípios. [...] A um só tempo a crônica é seu espaço de expansão onírica, dialogando com outras vertentes culturais: num só tempo, flagra o quotidiano, resgata a memória, faz a crônica dos espectros que nos rodeiam de assombro e desassossego, enuncia-se em efemérides e homenagens, flexiona-se como questionamento filosófico, percorre o território da crítica, penetra os escaninhos do ensaio, se epifaniza na linguagem poética ou desemboca no aluvião dos insondáveis mistérios metafísicos. O resultado é um garimpo de preciosidades, um inventário polifônico em que o registro autoral revela uma Raquel que metaforiza aquela grande verdade suscitada por Antonio Carlos Villaça: “A grande experiência da literatura é a experiência da liberdade. Ser escritor é, antes e acima de tudo, uma posição diante da vida”. [Ronaldo Cagiano]

Crônicas