Fitando o meu rosto no grande espelho do armário, empunhando um pequeno castiçal, de maneira que a única luminosidade, fosca e amarelada, produzida pela vela acessa, revelasse o meu rosto refletido, como se a minha cabeça estivesse suspensa no ar sem qualquer ligação com o meu corpo. Completou-se, então, o quadro místico: os meus olhos negros refletidos espelhavam também dentro das minhas pupilas a fraca chama da vela, oscilante e levemente trêmula pelo deslocamento de ar provocado pela minha respiração.
Ficção