Haiqueer

Haiqueer é um livro de quebras. Sabemos que a chegada do haicai ao Brasil veio acompanhada por um movimento de rupturas, inclusive quando nos lembramos da sua relação com os concretistas. Então, Guilherme Aniceto nos apresenta sua síntese haicaísta nesta obra, a começar pelo título, que instiga, inova, acende e, ao terminar no colofão, amarra tudo e nos revela que o rompimento é, na verdade, o ponto-chave do livro-todo. Apesar da concisão necessária, essencial e intrínseca ao que se conhece como base — da alma, eu diria — de um haicai, nestas páginas, você encontra fragmentos e minúcias registradas por uma observação moderna e interna, ao mesmo tempo que se externalizam os principais pormenores de um cotidiano jovem e sentimental. Haiqueer recorta momentos e experiências. Guilherme Aniceto quebra, rompe, destrói e faz isso com a sapiência e a mais nítida intencionalidade de quem está, por fim, preparado para construir.
Alex Zani,

Poemas, poesias