Volume morto

Volume morto Valéria Paz


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Volume morto





Um corpo sugado pela aflição dos dissabores e do distanciamento, a ponto de ver suas reservas quase esgotadas. Estaria seco se um poema escondido em cada canto obscuro da alma não lhe viesse à tona, como sugerem os versos de “Assombração” na abertura deste novo reservatório poético de Valéria Paz, um conjunto de assombrosos versos para corpos sedentos de poesia. Volume Morto é dividido em três partes. O vazio infinito que preenche os poemas da Primeira Cota nos devora a alma em versos marcados pela aridez do tempo, como em “Apagamento” ou em “Fibromialgia”. Na Segunda Cota, a ideia do que irremediavelmente acaba ou se reduz está em poemas como “Caricatura”, em que a musicalidade ecoa por horas quando declamado, ou “Quem dera”, que tem a cadência rítmica da tomada de consciência do que é finito, mas ainda não mata: agora tudo demora / a pele pra regenerar / os ossos pra voltar no lugar / a respiração pra desacelerar / o coração pra esquecer. Por fim, Cota de Fundo recorre à imagem da morte como um fim ao ciclo de dor. “Volume Morto”, o poema que dá título ao livro, prevê esse inevitável desfecho: então a água vai minando / transbordando, se esgotando. Diferentemente da água que, nas represas, fica abaixo do nível de captação e tem apenas função emergencial, Volume Morto foi escrito para ser absorvido verso a verso, inesgotavelmente, em toda sua vazão. Fátima Freires

Poemas, poesias

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