Sol de Pedra

“Como dizia, ontem tirei uma soneca de noventa anos”. Dormindo, quem sabe a parte insuportável da existência feminina fique inerte, a carne carente se aquiete e um onírico esplendor nos convença da destreza máxima: somos capazes de nos estabilizar no presente, combatendo-o, se for preciso, vencendo-o, estabelecendo as nossas condições. Eliana Gesteira apresenta Sol de Pedra ao Auroras como uma obra mesclada de distopia e realidade, elegendo, a cada conto, personagens possíveis, independentemente do cenário. O passado que não se usa mais; o futuro, um desobediente dos desejos; o peso da vida paralisada, suspensa pelo invisível, são apresentados nesta comovente estreia literária. O que uma escritora é capaz de fazer com sua insistente imaginação? Atirar pedras contra o sol, talvez. Tire suas próprias conclusões. [Dani Costa Russo]

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