É a partir da concepção de ideologia com falsa consciência que Bakhtin analisa tanto a obra de Freud quanto a sua apropriação canhestra por seus epígonos soviéticos. Sua crítica ao freudismo é às vezes dura, mas nunca foge ao respeito epistêmico que a doutrina merece. Se mostra reducionismos biológicos e anti-historicismos na psicanálise e questiona o complexo de Édipo, pelo fato de este partir do passado para explicar o presente, sua visão geral da teoria freudiana é de respeito e reconhecimento do seu real valor, como mostra a passagem seguinte, em que Bakhtin declara: "O freudismo é uma teoria grandiosa, fundada numa interpretação sumamente ousada e original dos fatos, uma teoria que não cessa de assombrar pelo que tem de surpreendente e paradoxal".
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