A Estrela de Absinto, romance publicado em 1927 e escrito antes da Semana de Arte Moderna, entre 1917 e 1921, contém os princípios da obra modernista do autor. Sob o sentimentalismo passadista de muitos trechos e a conciliação religiosa da ação, corre o tempo da inovação técnica, de descontinuidade e cortes cinematográficos, a serviço de uma ética de estilo. A crítica polêmica da cultura, a crítica utópica da história, a afirmação de um corpo sem culpa, de uma vida sem mito, da superfluidade da metáfora e da literatura na nudez ociosa de Pindorama, índices de arte maior de Oswald de Andrade, já se encontram esboçados na paixão sombriamente erótica do escultor Jorge d'Alvelos pela prostituta Alma. (João Adolfo Hansen)