Era uma vez um certo Harry.(...) Andava sobre duas pernas, usava roupas e era um bom homem, mas não obstante era também um lobo da estepe. Havia aprendido uma boa parte de tudo quanto as pessoas de bom entendimento podem aprender, e era bastante ponderado. O que não havia aprendido, entretanto, era o seguinte: estar contente consigo e com a própria vida. (...) nele o homem e o lobo não caminhavam juntos, nem sequer se ajudavam mutuamente, mas permaneciam em contínua e mortal inimizade e um vivia apenas para causar dano ao outro, e, quando há dois inimigos mortais num mesmo sangue e na mesma alma, então a vida é uma desgraça. Bem, cada qual tem o seu fardo.
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance