Nesse curto e inspirado livro, Jacques Verger circunscreve a figura dos "homens de saber": indivíduos treinados e educados em diferentes formas de conhecimento dispensadas pelas principais instituições educacionais europeias entre os séculos XIV e XV. Deixando de lado a tradicional definição de "intelectual" (divergindo, assim, do clássico livro do medievalista Jacques Le Goff), Verger opta por uma terminologia que dá maior ênfase às nuances medievais da constituição social, política e cultural desse grupo de homens que tinham suas vidas entrelaçadas com as principais figuras do poder na Idade Média — a Igreja Católica e as monarquias. As três partes do livro articulam as três dimensões nas quais o historiador vê emergir seus protagonistas: os fundamentos culturais (os saberes, as instituições e os livros), as competências (o serviço prestado à Igreja e à monarquia, a integração com a sociedade), a representação de grupo (como esses homens viam a si mesmos e o que desejavam para si mesmos como instância diferenciada da sociedade).
História / Não-ficção