Os teóricos da História creem ela deve ter um fio condutor que uma o Indivíduo às gentes. Manuel Correia de Andrade, proeminente historiador pernambucano, faz isso com maestria, podendo ser considerado um artesão da História Pernambucana.
Nesta obra o autor escolhe a Economia como fio condutor, de modo a descortinar todo o panorama sócio-histórico do século XVI do Brasil. É assim que ficamos conhecendo, por exemplo, as frutas naturais da terra brasileira e as que foram importadas (naturalizadas) pelo homem; ou ainda os poderes políticos dos donatários, em contraste com suas dívidas econômicas e sua incapacidade de administrar todas as terras que pertenciam às suas respectivas capitanias.
Manuel tem um estilo peculiar de escrita, no qual podemos reconhecer traços dos autores que o formara, como Gilberto Freyre, Joaquim Nabuco e, especialmente, Frei Vicente de Salvador; fonte principal deste trabalho.
Mais do que mostrar a História de Pernambuco a partir da economia, o autor conta parte da “saga” dos pernambucanos, dotando a obra não só de interesse para o estudantes/pesquisador de História/Economia; mas também para qualquer interessado em estudos de “Sociedade”.