O Pôr-do-Sol veio a lume em 1947. No Japão arrasado pela guerra, num ambiente deteriorado onde o desânimo e o desespero contrastavam com a cobiça e a baixeza, esta novela, que lembra um crepúsculo de irisantes auréolas, deu alento aos seus leitores, fazendo-lhes ver que mesmo na queda, no ato de sucumbir, há o belo.
Como diz um crítico (Katsuichiro Kamei): "O Pôr-do-Sol é o crepúsculo das quatro personagens. A morte por uma doença da dama, o suicídio de Naoji, o viver do quase cadáver Uehara e o amor de Kazuko, amor comparável a um suicídio. O desejo desta, de ter a moral convencional é ao mesmo tempo a vontade de destruir auto-destruir-se em desespero de causa. Que espécie de esperança se pode vislumbrar nesta novela? Os quatro são todos vítimas. E se assiste apenas à execução de um quarteto da morte. Pode-se dizer que a música por ele executada perpassa toda a atmosfera do Pôr-do-sol."