Pouco antes de morrer, em 1977, Clarice Lispector decide-se afastar da inflexão intimista que caracteriza sua escrita para desafiar a realidade. O resultado desse salto na extroversão é 'A Hora da Estrela'.
Sem desmerecer a autora, mas 'A Hora da Estrela' é bobo e chato. Chatíssimo. Depois de passar quase metade do livro tentando convencer o leitor de que ela não vai contar uma história impressionante, ela resolve começar a contar, mas tropeça em piedade, remorso e pena. A narradora sofre mais do que a própria Macabea, que mais parece uma alienígena retardada. Sem tempero algum, a história se desenrola em meio a cenas de estupidez e hipocrisia.
Quando se percebe que o fim está próximo, Cl...
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