Serena

Serena Ian McEwan


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O prestigiado autor de Reparação retoma, no romance Serena, a discussão sobre os limites da literatura como instrumento de reelaboração da realidade.

Desde o sucesso do romance Reparação, a expectativa gerada por um lançamento de Ian McEwan é sempre imensa. Serena pode ser o livro que mais corresponde a essa expectativa, não só por se tratar mais uma vez de uma personagem feminina que revê um momento histórico relevante (aqui, o começo da década de 70), mas, sobretudo, por permitir que o leitor reviva a discussão sobre os limites da literatura como reelaboração da realidade.

Ao ser contratada pelo MI5, o Serviço Secreto Britânico, a protagonista Serena se vê como participante de uma mentira cujo objetivo é fomentar a criação de uma ficção. Isso porque ela é incumbida de estabelecer contato com um escritor a quem não pode contar que é uma espiã, nem que o dinheiro que ele passará a receber virá do Estado. Mas o contexto de toda essa armação é uma guerra muito real, num período bastante violento da história da Inglaterra, especialmente por causa da atividade do IRA.

E, para Serena, o caso envolve ainda sua vida pessoal, tanto no que se refere a seu antigo amante, que a introduziu no MI5, quanto no que se refere ao escritor que é vítima do ardil, por quem acaba se apaixonando. Ela é, portanto, agente e vítima, personagem e criadora, num romance em que todos esses papéis são questionados com fervor.

Ora, ao conhecermos a ficção de Tom Haley, o escritor que não sabe que está na folha de pagamento da Inteligência Britânica, já notamos essa curiosa relação entre o real e o fictício, mediada pelo criador. Mas será apenas quando concluirmos a leitura de Serena que teremos a verdadeira dimensão do grau que atingiu essa fusão, tanto na história que estamos lendo quanto na nossa relação com o livro e seus personagens.

A literatura experimental, questionadora, pode adotar várias máscaras. Nesse romance, Ian McEwan a veste nos trajes mais discretos e, talvez por isso mesmo, mais eficientes.

Ficção / Literatura Estrangeira / Romance

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“Gostar de um livro depende também da possibilidade de encontrar-se nele.” (Serena)
on 29/3/14


"Não há nada em que paire tanta sedução e maldição como num segredo." (Soren Kierkegaard) Já faz um tempinho que eu estava curiosa para ler alguma coisa de Ian McEwan. Confesso que SERENA me conquistou logo na sinopse, principalmente por causa das palavrinhas mágicas “serviço secreto”. Sempre gostei de filmes de conspiração, tramas complicadas e agentes duplos, logo, uma premissa como essa não me passou despercebida. E o cenário em que a narrativa se passa - a década de 70 na In... leia mais

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Desejam347
Trocam14
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Helena
cadastrou em:
01/06/2012 22:20:43
Alê | @alexandrejjr
editou em:
21/06/2023 22:39:10

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