A misteriosa morte de Miguela de Alcazar

A misteriosa morte de Miguela de Alcazar Lourenço Cazarré


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A misteriosa morte de Miguela de Alcazar





Embebido… Não. Encharcado (o narrador certamente esculhambaria o primeiro adjetivo como algo incrivelmente pernóstico) de frases ferinas, sarcasmo feroz e deboche deslavado, este A Misteriosa Morte de Miguela de Alcazar é um típico Lourenço Cazarré. Imagine um improvável simpósio dos maiores escritores de romances policiais do planeta. Coloque-o em um hotel chinfrim em uma não menos improvável Brasília. Está pronto o cenário para esta sátira escrachada de um romance policial — com pitadas de estudo quase científico das entranhas do jornalismo e da literatura.

Para completar o quadro, o narrador e personagem principal desta história é um estranhamente verossímil repórter policial gaúcho, Campestre de Campos Campelo. O dito-cujo percorre a capital federal em um Fusca amarelo ano 1968, “vulgarmente conhecido” como “Revolução de Maio”, e armado apenas de impagáveis reflexões filosóficas e de um dialeto gaudério de rolar de rir. Intimado pelo editor do jornal onde trabalha, o Correio de Brasília, Campestre vai até o Brasília Palace para checar a informação de que o local estava realmente abrigando o Primeiro Congresso Internacional de Escritores de Histórias Policiais. “Num jornal, você pode tudo: mentir descaradamente, vitaminar os fatos e embelezar a realidade. Só não pode desobedecer a uma ordem, mesmo que estúpida”, sentencia nosso herói ao aceitar a missão.

Para pasmo do gaúcho, ele não só confirma a realização do evento — até então secreto — como também descobre que uma das ilustres convidadas, a espanhola Miguela de Alcazar y Casas de Bourbon, havia sido assassinada. Quem seria o culpado? Um dos colegas da literata, movido pelo sempre presente e à mão motivo da inveja irracional pelo sucesso alheio? A busca de Campestre pelo assassino é uma saga hilária que fará até o pai do romance policial moderno, aquele atormentado Edgar Allan Poe, dar voltas no túmulo — de tanto rir e aplaudir. Tente conter as gargalhadas. Não duvide: será uma tarefa para lá de inglória.

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Brasileiro só se fode
on 16/2/24


Um título de investigação bem desenvolvida e com um humor curioso. Os nomes dos personagens são, ao mesmo tempo, referências a autores de livros de investigação e imagens preconcebidas de outros povos. O interessante é: 7 escritores estrangeiros vêm ao Brasil para um congresso de literatura e, por incrível que pareça, todos falam português, cada um com um sotaque brasileiro diferente. Uma delas morre e, no fim, a resposta é mais complexa do que se imagina. E a cadeia, recebe um novo mo... leia mais

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Felipe
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23/05/2009 02:18:45

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