Neste livro, organizado a partir de um estudo dos usos vigentes do português contemporâneo do Brasil, a autora defende que se pode contrariar a norma e que há liberdade de escolha no uso da língua. Dirigindo-se a todos os que se expressam por meio do idioma, e não apenas a estudantes ou profissionais de ramos relacionados às Letras, ela apresenta tanto o modo como os manuais normativos dizem que 'se deve' utilizar o idioma, quanto o modo como de fato se fala e escreve em português no país. O objetivo é orientar o uso da língua considerando-se as variadas situações de comunicação, sem apego a uma ou outra das duas atitudes predominantes em relação à norma linguística - a dos que concebem a língua como fato homogêneo e estático, e a dos que consideram as questões de norma um falso problema, algo que se emprega meramente para marcar a superioridade de um grupo social sobre outro. 'O Guia de uso do português' foi concebido em oposição a esses dois pontos de vista sobre a norma, oposição que se confirma na explicação de cada uso, na organização de cada verbete, na seleção do que foi examinado. Ao recusar o unilateralismo e o simplismo, o livro visa construir um discurso fundamentado sobre o uso linguístico, que se assenta não sobre opiniões preconcebidas, mas sobre um trabalho de pesquisa.