Mais uma vez temos os sentimentos explorados por H. P. Lovecraft.
Em Um Sussurro nas Trevas, Albert Wilmarth, folclorista amador e professor de literatura na Universidade do Miskatonic, desenvolve a idéia da possível presença de seres alienígenas nas colinas de Vermont. Suas evidências são então confirmadas por um morador local, Henry Akeley, e os dois começam a se corresponder seguidamente. Nas cartas, cada vez mais perturbadoras, Akeley discorre das características de tais seres, fala das evidências, de rastros inumanos pelas terras e objetos estranhos encontrados sem precedentes. Cada vez ele parece mais apavorado, e presenciamos toda angústia e terror nas suas cartas misteriosas. Até que Wilmarth, fascinado, foi ao seu encontro e encontrou tudo o que esperava (ou não), em revelações perturbadoras que nos mantém atentos e desconfiados, até a descoberta de cilindros metálicos que contém um cérebro que mantém as capacidades olfativa, auditiva e da fala, sendo este o método alienígena de levar humanos a viagens através do espaço.
O final é um tanto desesperador, e como se esperaria, surpreendente. A narrativa é rica em detalhes geográficos, embora às vezes um pouco lenta nas descrições, mas transborda de tensão, que se desenvolve passo a passo rumo ao ápice do terror.
O uso da ficção científica dá um tom a mais ao sobrenatural, e as referências às lendas Cthulhianas e livros sobre a origem do Universo tornam o todo o tema mais dramático, juntamente com as especulações das origens do Universo. Não dá pra negar que às vezes precisamos fazer pausas para recuperar o ar, porque somos envolvidos pela atmosfera sobrenatural e realismo de algumas passagens tensas, como se o escritor tivesse mergulhado num mar profundo de horrores e levasse junto, sem dar chances, o leitor.
Literatura Estrangeira / Ficção / Ficção científica / Horror / Terror