Quem nunca se pegou desejando algum produto que nem mesmo sabe muito bem para que serve, mas achou lindo e precisa ter em casa? Ou quem nunca achou que aquela máquina de café toda bonitinha é mais fácil de usar do que aquela outra menos atraente? Pois saber se as coisas bonitas realmente funcionam melhor do que as feias é um dos assuntos explorados pelo professor norte-americano Donald Norman em Design Emocional ? Por que adoramos (ou detestamos) os objetos do dia-a-dia.
Norman começa apresentando a própria coleção de bules de chá, que mantém à mostra na cozinha de casa. São três peças, bem diferentes umas das outras e com variadas maneiras de ser usadas. A partir da história de cada um dos bules ? um deles até ilustrou a capa de O design do dia-a-dia, lançado no Brasil pela Rocco ?, o professor começa a introduzir os conceitos dos três tipos de design abordados ao longo de Design Emocional: o visceral, o comportamental e o reflexivo.
Enquanto relaciona o design visceral ao prazer, às reações iniciais e espontâneas, Norman liga o design comportamental à funcionalidade, ao resultado do uso. Nesse caso a satisfação está ligada ao desempenho do produto e Norman, especialista em usabilidade, critica os designers que nem sempre estão preocupados com o que o usuário necessita. Em relação ao design reflexivo, o autor escreve que tudo nele diz respeito à mensagem, ao significado do produto em uso, às lembranças que evoca.
Por meio dessas três idéias, o escritor esmiúça a questão principal do livro: o design emocional ? oferecendo uma base teórica e mostrando-o também na prática. Para deixar tudo bem claro, as experiências e as conclusões apresentadas são baseadas em exemplos que realmente fazer parte do dia-a-dia da maioria das pessoas, como a interação com computadores, a produção e o uso de fotografias e os objetos comprados em viagens, apenas para citar alguns.
O autor explora também campos diretamente ligados à emoção e toca em questões contemporâneas que servem muito bem para ilustrar a questão do design emocional, como a diversão, as brincadeiras, os games. Norman dedica ainda uma parte do livro à analise das máquinas emocionais e ao futuro dos robôs, assuntos que ainda vão render muitos estudos num futuro não tão distante.