Rei Jesus

Rei Jesus Robert Graves


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Rei Jesus


Romance




Uma ousada e surpreendente interpretação dos Evangelhos, à luz das pesquisas e especulações historiográficas do autor. O Jesus que protagoniza o livro é um carismático reformador religioso, sábio e poeta, defensor de uma austera visão do Judaísmo, que se opõe ao legalismo formal das autoridades do Segundo Templo e à hegemonia da Roma imperial. É um Cristo profundamente humano, marcado por uma herança de "realeza sagrada", que se confronta com inimigos externos e se enreda em dúvidas íntimas. Esta visão, audaciosa para o tempo (1946), se contrapõe aos preceitos da Imaculada Conceição. Na temática da obra, um dos principais argumentos desenvolvidos é o de que Jesus era filho de Antipatro, o primogênito de Herodes I, o Grande, e de Dóris (sua primeira mulher, uma iduméia, com quem Herodes havia se casado antes de entrar para a política; mãe de Antípatro, executado por Herodes cinco dias antes da própria morte em 4 a.C., segundo as crônicas do historiador romano-judaico Flávio Josefo. [À época do helenístico rei hasmoneu dos Judeus, João Hircano, a Iduméia fora conquistada e seus cidadãos obrigados a se converterem ao Judaísmo. Segundo o mesmo Titus Flavius Josephus, a legitimidade do reinado de Herodes era contestada pelos judeus por ele ser um idumeu. Numa tentativa de obter essa legitimidade, ele casou-se posteriormente, com Mariana, uma hasmoniana filha do alto sacerdote do Templo. Ainda assim, Herodes vivia temeroso de uma revolta popular, razão pela qual teria construído, como refúgio, a inexpugnável fortaleza de Massada]. Por isso, Jesus poderia reclamar o direito ao trono judaico segundo as leis romanas (sendo o único filho do filho primogénito de Herodes); os judeus da Antiguidade seguiam uma descendência matrilinear, segundo a qual os reis judeus governavam casando com uma princesa da casa governante. Assim, um rei judeu ao tempo de Jesus poderia reclamar o direito ao trono através do casamento com uma princesa da casa de Mical. Maria, mãe de Jesus, era descendente da casa de Mical [e de David], por descendência matrilinear. Neste caso, pelos costumes, tradição e códigos da lei romana e judaica, Jesus seria de fato o presuntivo e verdadeiro Rei da Judéia e Israel, o Messias designado. A imensa destreza narrativa de Robert Graves associada à sua grandeza de investigador e académico conjugam-se para a criação de um dos melhores romances sobre a vida de Jesus. |...| À época da publicação original de Rei Jesus, em 1946, [o mesmo período da descoberta dos manuscritos do Mar Morto], Jesus Cristo constituía um tema delicado (e o questionamento dos evangelhos sinópticos-canônicos), assunto capaz de gerar uma tempestade de controvérsias. Até Winston Churchill - um apaixonado pelo livro em privado [inclusive como uma brilhante alegoria da situação política mundial no pós-guerra] - se sentiu constrangido a agradecer de forma circunspecta a Robert Graves. |...| Embora o autor tenha perdido a sua fé cristã nas trincheiras da Primeira Grande Guerra, nunca perdeu o respeito por Cristo, nem sequer neste texto único e vanguardista (...)

[Críticas de imprensa]: «Só pelo título da obra, já se espera que contra esta se levantem vozes de escandalizada censura. Muito sinceramente, acho que qualquer romance histórico que possa levantar polémica promete pelo menos uma reconstituição histórica de tal modo bem conseguida que pode ser vista por alguns como uma ameaça à versão institucional da História. // O autor procura em "Rei Jesus" construir a teoria de que Jesus é efectivamente o Messias dos Judeus. É-o, no entanto, não na perspectiva de Filho de Deus, mas de descendente da Casa Real e, assim, herdeiro do trono de Israel. Vamos acompanhando toda a história de Jesus, dentro de um novo enquadramento histórico, cultural e até religioso, mas estudado ao pormenor e de tal maneira bem interligado entre aqueles grandes temas e a nossa própria herança judaica-cristã, que é fácil reconhecermos cenários e episódios ao mesmo tempo que nos surpreendemos com novas leituras e perspectivas dos mesmos. Aconselho vivamente a quem goste de um bom romance histórico, mas não a quem não saiba manter a objectividade face a questões tão sensíveis como a fé. Este livro não é uma questão de fé, mas sim de bom gosto.» -- Ana Vaz Pinto. // Sarah's Review at goodreads.com: "Robert Graves gives this work of historical fiction an intriguing premise. He presents Jesus not as the offspring of a divine being, born of a virgin birth, but as the very mortal son of Mary and Antipater, the eldest son of King Herod the Great. Herod I had a nasty tendency to eliminate family members who crossed him without much of a hearing. Antipater fell victim to this paranoia, and was executed just before Herod’s death. Antipater’s death left Jesus as the rightful heir to the terrestrial kingdom of Judaea, based on his descent from Herod (Grandfather of Jesus?). Mary’s descent from the House of David just served to solidify Jesus’s position. Jesus didn’t learn any of this until much later, of course, and grew up thinking Joseph the carpenter was his father. He is depicted as initially a scriptural prodigy, then later a man of great learning, a philosopher, a charismatic speaker, and a prophet. Arguably he fulfills several of the different Messianic prophecies, but Graves’s Jesus does not put himself forward as the Son of God. Graves is at his best in discussing the circumstances of Jesus’s arrest and trial. He knows his Roman politics, and this section reads like it could be a chapter of I, Claudius. Judas gets a sympathetic portrayal, appearing to be a victim of political manipulation rather than a traitorous tool of Fate. Pontius Pilate is a sly political schemer, and he can’t quite get off the hook by placing the blame for Jesus’s death on Jewish elders. He has too much at stake, with the implications that a Jesus as King of the Jews/Israel would have for the Roman Empire. [As Pilate sees it from his own purely selfish viewpoint, it would be a good thing]. The story has some wilder elements, such as showing Mary Magdalene as a sort of witch leading a goddess-worshipping cult. Graves ties a lot of mythological features together, drawing interesting parallels from Judaism to Greek, Egyptian, and other mythologies, but sometimes he seems to be stretching it a bit. In his Historical Commentary, Graves writes, “I undertake to my readers that every important element in my story is based on some tradition, however tenuous, and that I have taken more than ordinary pains to verify my historical background.” The result is a thought-provoking look at a familiar story from an unusual angle".

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