Sala de espera de hospital. As senhas são as únicas coisas vivas de verdade ali. O aposentado Carlos Almeida espera sua vez.
Ele precisa manter a bunda na cadeira, seu pensamento não. E enquanto espera ser chamado, enquanto lava as mãos e seca com mais de duas folhas, enquanto vê um homem morrer, Carlos Almeida pensa, e muito.
Pensa em jovens estudantes ao seu lado em camas de moteis, na trágica morte da esposa, no neto que parou de falar, em sua juventude, na vizinha que desapareceu. Pensa nas mentiras que nos contam, nas mentiras que representamos e na mentira que ele é.
Nesta obra, a autora Paula Febbe conta uma história feia, sobre um mundo feio onde o mal se esconde por trás da face menos suspeita. “Mãos secas com apenas duas folhas” traz um enredo que envolve pedofilia e misoginia e anormalidade, onde a farsa é a protagonista.
Drama / Ficção