Com a intençăo de facilitar o estudo da obra multiforme e altamente complexa de Lukács, Mészáros instaura uma matriz interpretativa para o trato do pensamento do filósofo conterrâneo e analisa criticamente seu legado. A perspectiva de Mészáros é privilegiada, pois, do final da década de 1940 e até a morte de Lukács, em 1971, cultivou uma relaçăo ímpar com o seu mestre. Toda a qualidade deste ensaio de Mészáros reside, no fim das contas, no seu caráter seminal - ele instaura uma perspectiva de crítica (original e radical) a Lukács realmente fecunda, que instiga a polęmica, fornece pistas para a formulaçăo de novas hipóteses relativas ŕ sua obra, fomenta e propicia outras abordagens, e isso independentemente de concordarmos ou năo com a posiçăo do autor. Năo săo frequentes as elaboraçőes ensaísticas com tal caráter.