Após a publicação de Catarina, a Grande – Retrato de uma Mulher, a Editora Rocco apresenta mais um texto clássico do historiador norte-americano Robert Massie sobre a Dinastia Romanov. Lançado originalmente em 1967, em plena Guerra Fria, Nicolau e Alexandra apresenta a biografia do czar Nicolau II e de sua esposa Alexandra de Hesse, últimos soberanos de uma dinastia que governou a Rússia durante três séculos, até as vésperas da Revolução Bolchevique de Outubro de 1917.
Herdeiro de uma longa tradição de imperadores, entre os quais se inclui Pedro I, o Grande (1682-1725), Nicolau II assumiu o trono em 1º de novembro de 1894, com a morte de seu pai, Alexandre III, e se tornou o autocrata de um império em plena ebulição. Conhecido entre seus críticos como Nicolau Sanguinário, foi descrito como um homem bom e gentil, dedicado à família e à fé religiosa, mas um mau czar.
A minuciosa e extensa pesquisa de Robert Massie sobre a trajetória de Nicolau II, sua vida íntima com Alexandra e seus anos de poder, tornou-se um marco na historiografia sobre um dos maiores impérios de toda a história. A publicação de Nicolau e Alexandra no fim dos anos 1960 provocou um enorme interesse sobre a Dinastia Romanov, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos, fenômeno que rendeu outros livros e pesquisas acadêmicas inéditas nas décadas seguintes.
Ao debruçar-se sobre o tumultuado governo de Nicolau II, o historiador norte-americano descobriu uma curiosa coincidência de sua vida com a do czar russo: ambos tiveram filhos hemofílicos. Mas, no caso do imperador, as consequências do distúrbio na coagulação do sangue de seu único filho homem ultrapassaram os limites de sua vida familiar e os muros do Palácio de Inverno. Robert Massie identifica na hemofilia do czarevich Alexei, herdeiro de Nicolau II, um fator decisivo na queda do império russo.
A doença genética de Alexei provocou a fatídica aproximação de Nicolau e Alexandra do místico siberiano Gregório Rasputin, chamado para ajudar na recuperação da saúde de seu filho. A entrada do polêmico Rasputin na intimidade dos Ramanov e a sua crescente influência sobre a imperatriz trariam consequências trágicas para o czar Nicolau, que via agravar ainda mais a crise política na Rússia com o estopim da Primeira Guerra Mundial.
A falta de habilidade e sensibilidade do czar Nicolau para lidar com os movimentos que reivindicavam reformas no sistema político russo foi fundamental para o desmoronamento de seu império e para o extermínio de sua família. Assim como o seu guru Rasputin, o último Romanov seria assassinado junto com toda a família em 17 de julho de 1918. Lênin e os bolcheviques chegavam ao poder. Era o fim de uma era.
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