Ele queria um bebê, não uma amante.
Tony Austin não desejava ter uma esposa, mas queria muito ter um filho. O que ele precisava era de uma mulher que gerasse e carregasse seu bebê até o nascimento e depois desaparecesse de sua vida para sempre...
Ela queria um amante, não um bebê.
A última coisa que Olivia Anderson desejava na vida era um marido e filhos. Tudo com que ela sonhava era passar uma semana ou duas de paixão nos braços de um homem absolutamente maravilhoso, que despertasse a sensualidade que pulsava em seu corpo e em sua alma.
E teria sido o encontro perfeito...
Escandaloso mas perfeito. No entanto, Tony e Olivia esqueceram-se de que a paixão podia fugir ao controle racional, fazendo com que o amor chegasse sorrateiro mesmo na vida daqueles que acreditavam ter escolhido encontro perfeito...
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— Olívia? É Tony.
Apenas a frase simples, nem mais uma palavra.
Ela pigarreou levemente, limpando a garganta.
— Olá. — Sua voz fraquejou, mas nem ousou desligar.
— Então, já chegou a uma decisão? — soou a pergunta derradeira.
Olívia mordeu o lábio, depois respirou fundo.
— Sim, mas tem algumas condições que gostaria de discutir.
Ouviu-o dar um longo suspiro.
— Isto significa que vai aceitar?
— Sim, mas sob certas condições.
— Já entendi. Mas o que quer que seja, aceitarei sem pestanejar.
Era impossível ignorar a alegria dele. Olívia sufocou o misto de remorso e culpa que a assolou com uma pungência inclemente.
— Ora, é melhor que saiba o que desejo antes de concordar — lembrou-o
— Não vou lhe recusar nada. Afinal, sei que não é uma mulher fútil e interesseira e que seu pedido não irá me levar à bancarrota.
— Bem, o que quero é esquecer os procedimentos clínicos — foi logo ao ponto, falando sem fazer pausa para respirar, do contrário, não teria coragem de fazê-lo.
Silêncio mortal do outro lado da linha.
— O que disse? — Tony driblou a surpresa inicial, mas ainda não parecia totalmente refeito.
Olívia sabia que tinha sido muito rápida, mas preferiu que tivesse sido assim.
— Que não quero ir a uma clínica de reprodução e sim deixar que as coisas aconteçam naturalmente — tornou a explicar.
Pelo som abafado que ecoou através do aparelho, dava para notar que ele ficara estupefato diante da novidade.
— Naturalmente?
— Claro, você e eu somos adultos e podemos seguir o curso natural dos acontecimentos — frisou Olívia, demonstrando uma calma que estava longe de sentir.
Nenhuma palavra do outro lado da linha.
— Tony, você ainda está aí?
— Sim.
Ficção / Romance