Com um Mapa Mundi das Civilizações e Religiões de apoio, o neurologista curitibano introduz e termina uma profunda e surpreendente discussão histórica. Discípulo confesso de Isaiah Berlin, um historiador de idéias, logo de início Paulo Rogério Bittencourt coloca a hipótese que o Iluminismo tenha se exaurido como Filosofia predominante na direção do progresso humano. Utilizando bibliografia referenciada às fontes originais, na sua maioria absoluta não disponível em Português, revisa o progresso da humanidade desde os dinossauros até o desenvolvimento dos povos modernos africanos, americanos, europeus e asiáticos. Traça uma história do desenvolvimento das religiões, dos primórdios com plantas psicoativas e deuses da natureza ao cristianismo, islamismo e budismo. As histórias originais dos manuscritos do Mar Morto, de Jesus Cristo e Maomé são investigadas em detalhe científico. Aparece a noção de quando as idéias humanas passaram a incluir a loucura, e como as religiões, principalmente o cristianismo, foram utilizados para dominar a tendência humana a delirar nos espíritos da pós-vida. Os escritos de Robert Burton e os quadros de Hyeronimus Bosch servem de material para revisar o período medieval, em uma comparação detalhada com o desenrolar das civilizações chinesa, indiana e árabe. O autor pula o Iluminismo e o desenvolvimento da civilização européia, mas se detém vagarosamente nos Reis Católicos espanhóis e na Inquisição. Conta como se fazia para afastar bruxas em dias de tempestade nas regiões de Compostela, Lourdes e Montserrat. Chega ao fim do século XIX, faz uma breve história do desenvolvimento da Psicologia, Psiquiatria e Neurologia, com as contribuições de Sigismund Freud e Emil Kraepelin, e salta de Nietzsche para Hesse. Conta muitas histórias dos roqueiros dos anos 60, inclusive o mais provável fim dos Beatles. Passeia por Leonardo da Vinci e Joana D Arc, e chega ao conceito contemporâneo de loucura, detalhando sua anatomia.
História