Shakespeare conta a história de um mito. Claude Mourthé desvenda a vida e a obra do Bardo, sem esquecer de mencionar as polêmicas teorias que atribuem sua grandiosa obra a diversos autores. A biografia inicia pela cidade do nascimento de William Shakespeare (1564-1616), Stratford-upon-Avon, que até hoje reverencia o seu mais ilustre morador. Mourthé relata, a partir dos poucos documentos que remontam àquela época, os primeiros anos do autor até seu casamento, aos 18 anos, com Anne Hathaway, oito anos mais velha e que, depois se soube, casara grávida.
A biografia passa então a intercalar vida e obra do autor, que se muda para Londres no começo dos anos 1580, quando era aprendiz de ator. Nas páginas seguintes, acompanha-se a escalada do jovem dramaturgo até se tornar co-proprietário do Globe Theatre e transformar o teatro elisabetano em um fenômeno que atraía multidões, um acontecimento cultural em que as pessoas buscavam o sonho, a moral, a política, emoções fortes, lições de espírito e até mesmo sangue e magia.
O livro está recheado de curiosidades como a que fala sobre o uso do sangue no palco, principalmente nas chamadas dark plays. Fica-se sabendo que freqüentemente era utilizado sangue de porco encerrado na bexiga do próprio animal. Ou ainda, que um dos atores favoritos de Shakespeare, Richard Burbage, para quem ele escreveu grandes monólogos, foi incluído em seu testamento.
Hamlet, Ricardo III, Sonetos, Noite de reis, Antônio e Cleópatra, entre muitas outras obras, conduzem a narrativa até seu desfecho, que mostra como o filho de um modesto comerciante de Stratford passou à posteridade como um dos maiores gênios de todos os tempos.
Dramaturgo, ator, filósofo e sobretudo um grande poeta, Wlliam Shakespeare (1564-1616) é um dos gênios mais consagrados e reconhecidos de todos os tempos. Na época em que a Inglaterra renascentista - um século após a terrível Guerra das Rosas -, enfim se consolidava, sob o domínio da rainha Elizabeth I, seus poemas lhe granjearam celebridade; seu teatro é uma das expressões mais populares, e ao mesmo tempo mais refinadas, da arte dramática. Eis o criador do amor de Romeu por Julieta, da cegueira de Otelo e do Rei Lear, da ambição sem limites de Macbeth e da genial melacolia de Hamlet. Há mais de quatro séculos a modernidade de Shakespeare - modesto ator que escrevia peças de teatro para o grande público - segue nos emocionando e surpreendendo.
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