Não se pode mais amar em paz hoje é um livro realista. Com uma prosa solta, límpida, desapegada de ilusões e de excessos linguísticos, Bruno Mota Pinheiro tece uma cartografia sentimental dos dramas humanos, da fragilidade dos laços, da pequenez das certezas. Os personagens que habitam a escrita de Bruno Mota Pinheiro são, sobretudo, pessoas cotidianas, absolvidas em circunstâncias comuns, que, por isso mesmo, revelam-se densos, complexos, intensos na força impulsionadora da vida e do amor. É, pois, um livro que fala da condição humana, da contradição e do paradoxo que é existir e sentir. Com este livro, Bruno Mota Pinheiro revela-se um observador agudo e fino dos atos humanos. Utiliza uma escrita clara para demonstrar, concretamente, que a vida é um fanal de labirintos. E é preciso enfrentá-los. De fato, não se pode mais amar em paz hoje, nem ontem, muito menos amanhã, pois o amor --- ação humana --- é sobretudo um ato que exige coragem e enfrentamento. Tumulto, jamais calmaria. São assim estes contos: tumultuados, que exigem coragem...e profundamente amorosos.
Contos