"Minha visão periférica não falhava e meu coração também não. Eles estavam logo ali, à minha esquerda, em pedaços e em partes inteiras. Era como estar no frigorífico de um açougue. Eu sentia enjoo misturado com empatia e tristeza por todos aqueles corpos."
Quase O Fim não é uma história com romance, mágica ou final feliz, embora, o humor sombrio daquela que nos guia pela escuridão seja surpreendentemente cativante. Em meio à morte, destruição e caos total, Zoé nos leva a conhecer a sua realidade apocalíptica imposta por um grupo terrorista de ação global autodenominado "Messias", que durante séculos se camuflaram perfeitamente entre nós, os cidadãos mais medíocres, à espera do momento perfeito para a purificação do planeta e a reestruturação da sociedade.
Acompanhamos página após página os relatos alucinantes e despretensiosos, porém, cativantes da garota que escreve na esperança de que alguém (sobrevivente ou alienígena) encontre seus blocos de anotações. Zoé nos conta como os "Messias" mudaram o mundo não com vírus modificados ou zumbis fabricados em laboratório ou com uma aliança alienígena, mas, com as velhas bombas e a manipulação da sociedade, ambas as armas já conhecidas de todos nós. Com o bom humor que não costuma preceder cenários e mortes desse gênero, ela narra numa linguagem descontraída os eventos que antecedem o seu fim e quem sabe, o fim de todos.
Distopia / Jovem adulto / Literatura Brasileira