"Parzival", poema trovadoresco sobre a busca do Graal, escrito em alto alemão médio, tradicionalmente atribuido a Wolfram von Eschenbach (n. circa 1160/70 — m. circa 1220) -- considerado um dos maiores épicos germânicos da época. Baseado em "Perceval ou le Conte du Graal", de Chrétien de Troyes, é o primeiro trabalho em alemão de que se tem conhecimento a tratar do Santo Graal; enfatiza as virtudes da compaixão e do questionamento espiritual. No poema, Wolfram expressa desdém pela versão inacabada de Chrétien para a história, alegando que sua fonte foi o poeta Kyot da Provença. Wolfram é também autor de duas outras narrativas, Willehalm e o fragmento Titurel, ambas escritas após Parzival. |...| Escrito por volta de 1200-1210, o Parsifal de Eschenbach pertence ao grande ciclo literário das lendas arturianas, tendo servido de base para a ópera de mesmo nome de Richard Wagner, em fins do século XIX. As lendas do ciclo do Graal - reordenadas nas epopéias e sagas medievais do ciclo bretão - são de elaboração coletiva e remontam a mitos pagãos antiqüíssimos, pré-cristãos e supracristãos, no sentido de que são de todos os tempos. Ao passarem ao domínio literário, já na época dos trovadores e menestréis, sofreram uma impregnação cristã.
Elegendo um tema de difícil compreensão e acesso - o Graal, símbolo da mais suprema aspiração humana - por sua natureza essencialmente esotérica, esta intrigante epopéia nos remete às próprias vicissitudes da história humana genérica e individual, na eterna busca do ideal último.
Literatura Estrangeira