Conta-se que havia uma São Paulo lá embaixo. Era conhecida como Sampa, famosa pela Avenida das Paulistas. Suja, caótica, lotada, barulhenta, repleta de diversões e diversidades. Era como a São Paulo de cima. Se fosse do avesso. Esta história não foi pescada no ar. Estava no livro que Aline lia no ônibus até alguns minutos atrás, quando o fiscal de sorriso verde (Aline confundia as cores dos ditos populares, mas não fazia caso; tudo era cinza na São Paulo de cima) arrancou-o de sua mão e colocou outro, só de figuras e diálogos. “E de que serve um livro”, pensou ela, “somente com figuras e diálogos?”
Neste conto, Aline vive o caminho de Alice Liddell, mas na avenida mais famosa de São Paulo. Uma história que traz as experiências e sensações que só a Avenida Paulista tem: o caos, a arte, a pressa, a diversidade e a enxurrada de possibilidades viram uma coisa só e levam Aline e o leitor da Consolação ao Paraíso, passando pela liberdade da Rua Augusta, a correria dos escritórios, a inspiração do vão livre do MASP e a paz da Casa das Rosas.
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