Obra visionária, "Kallocaína" (1940) é uma das grandes distopias do século XX, herdeira de "Nós", de Zamiatine, e de "Admirável Mundo Novo", de Aldous Huxley, e predecessora de "1984", de George Orwell. Num futuro desumanizado, um estado totalitário controla uma sociedade que, na ânsia da segurança prometida, se vergou à sua vontade. Em cidades subterrâneas, envolvido numa guerra permanente, o Estado Mundial erigiu a delação em acto cívico e dispõe a seu bel-prazer da vida dos seus consoldados, que, temendo denúncias e perseguições, tudo cumprem em nome do bem comum. Quando o cientista Leo Kall descobre um soro da verdade - a kallocaína -, mais eficaz do que a tortura ou a propaganda, o Estado não se coíbe de derrubar as já frágeis barreiras da individualidade e de extorquir todos os segredos e pensamentos dos seus cidadãos. Requiem pela humanidade em tempos negros, "Kallocaína" conserva até hoje toda a sua clarividência.
Distopia / Ficção / Literatura Estrangeira / Romance / Ficção científica