Tempo e espaço são categorias de pensamento fundamentais para a compreensão das sociedades. Sentidos compartilhados desses dois conceitos compõem e constituem os modos de lidar com o viver, o morrer, o adoecer e o curar.
Assim, pensar sobre os tempos no espaço do hospital oncológico faz (re)considerar os muitos tempos contidos e extrapolados desse espaço tão singular, buscando concebê-los como processos que fluem com a marca da cultura e do contexto social em que se estabelecem, e não como uma sequência linear e previsível.
Sendo assim, as possibilidades de ruptura, (re)construções e (re)significações propiciam transformações objetivas no cotidiano dos atores envolvidos no processo de adoecimento.
A esse exercício reflexivo, propuseram-se a equipe de Psicologia do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) e outros profissionais de diferentes Estados do país, enveredando-se por diversas trilhas e caminhos percorridos por profissionais de saúde, pessoas adoecidas e seus familiares. Cada qual experienciando os muitos tempos e espaços nos quais transitam, exercendo suas profissões ou vivenciando o câncer como presença real em suas vidas.
O resultado desse exercício reverbera, de modo plural e multidisciplinar, nas vozes e nas práticas de psicólogos, bioeticistas, assistentes sociais, enfermeiros, médicos e profissionais do ensino (cirurgiões-dentistas e farmacêuticos); nos enfoques de diversos sujeitos, tais como a criança, o adolescente, a mulher, o homem e o idoso; e também na ênfase aos distintos tempos do adoecimento por câncer.
Medicina e Saúde / Psicologia