Teoria Crítica Na Era Digital: Desafios, livro resultante das atividades de pesquisa dos Geps Teoria Crítica e Educação (Unimep, Ufscar) e Teoria Crítica: tecnologia, cultura e formação (Unesp-Ar) almeja, a partir de parâmetros metodológicos oriundos das obras dos autores da primeira geração da Teoria Crítica da Sociedade - que inclui pensadores como Adorno, Horkheimer, Marcuse e Benjamin - refletir sobre as questões candentes e quase sempre complexas decorrentes da disseminação em escala global das recentes tecnologias de comunicação. Nesse movimento, atualizam a perspectiva crítica e radicalmente incorfomista emanada da teoria dialética originalmente concebida por tais autores.
Nessa perspectiva, os vários ensaios nele apresentadas aceitam o desafio de questionar as mais variadas implicações da nova tecnologia digital sem hesitações e sem recuar diante da euforia (quase) geral por elas suscitada.
Eles tentam delinear os impactos e problemas suscitados pelas tecnologias digitais nas mais diferentes áreas ou campos de atividade, seja encarando diretamente o fenômeno da globalização, seja questionando os conceitos de técnica e de tecnologia a fim de estabelecer uma distinção crítica e fecunda entre eles, já que a Teoria Crítica não se posiciona contra a técnica, como muitos inadvertidamente concebem. Com coragem civil - requisito prévio para a reflexão inquieta e esclarecedora - refletem ainda sobre o impacto causado pelo universo digital no cinema, na literatura, nas artes, no ensino e na vida escolar, na vida cotidiana, na infância, na produção teórica e cultural contemporâneas, nas práticas sociais e até mesmo na política e na configuração do Estado Beligerante - no âmbito do qual as tecnologias digitais revelam ser poderoso instrumento, já que possibilitam tanto nova configuração da atividade militar e da guerra quanto o controle global da vida social.
Enfim, os ensaios desse livro pioneiro e instigante procuram apontar e interpretar os aspectos contraditórios do universo digital a fim de verificar em que medida eles apresentam um potencial emancipatório ou se, ao contrário, reforçam a adaptação repressiva ou as forças sociais hostis, responsáveis pela manutenção da barbárie no presente.
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