"O seminário sempre nos disse para sermos 'bons' padres; jamais nos disseram para sermos vítimas voluntárias. E, no entanto, não era Cristo Sacerdote uma Vítima? Não veio Ele para morrer? Ele não ofereceu um cordeiro, um touro ou pombas; Ele jamais ofereceu algo que não fosse Ele mesmo. 'Ele se ofereceu a Deus por nós, como um Sacrifício de odor suave' (Ef 5,2).
"Sacerdotes pagãos e sacerdotes do Velho Testamento, todos ofereciam um sacrifício que não era eles mesmos. Mas não Nosso Senhor. Ele era Sacerdos-Victima.
"Portanto, assim também temos um conceito mutilado de nosso sacerdócio se o considerarmos alheio a fazer de nós mesmos vítimas, no prolongamento de sua Encarnação. (...) Se, na Missa, comermos e bebermos a Vida Divina e não trouxermos a nossa própria morte para incorporar à Morte de Cristo por meio do sacrifício, mereceremos ser considerados parasitas no Corpo Místico de Cristo. Comeremos do pão e não daremos trigo para moer? Beberemos o vinho e não daremos uvas para esmagar? A condição para a incorporação na Ressurreição e na Ascensão de Cristo e em sua glorificação é a incorporação em sua Morte."
Religião e Espiritualidade