No meu lugar, sabe-se porque, às vezes tentando aproximar-se do núcleo de uma questão, contrói-se uma espiral de palavras que esquiva a abordagem reta: porque esta significaria o fim da poesia. E, não obstante, quando chegamos de forma reta com um caminho de palavras perfeitas, semelhantes às lâminas prateadas e reluzentes, quando sentimos que o imprescindível toca às portas da nossa expressividade, abrimos-lhe atisfeitos, ainda que a morte da arte comova muitas mais que a morte de reis e deuses. Gostamos do caminho mais certo entre dois pontos, mesmo quando viajar pelas galáxias em espiral revele-se um passeio inusitado.
No meu lugar, busca-se a diversão mais simples, a de entregar-se à embriagante sensação de estar vivo, sem pedir muita explicação ao riso imotivado. Isto pode ser visto externamente como uma carência de profundidade, quando, na verdade, é uma busca de evolução a toda hora, porque o humor é um dom único que nossa espécie desenvolver, um algum ponto de sua infância distante.