A chegada de Colombo à América inaugura não apenas uma nova rota para o expansionismo ibérico, como também um espaço geográfico virgem a ser preenchido pelo imaginário europeu, numa época em que ver era menos importante que ter ouvido falar. Nesta América distante e desconhecida dá-se a apoteose do relato das maravilhas, que começara com os navegantes gregos e intensificara-se no final da Idade Média. Este apogeu do maravilhoso coincide, porém, com o início de sua decadência, um processo por meio do qual, pouco a pouco, a experiência se impôs sobre a imaginação.