Neste romance de 1980, o sul-africano J. M. Coetzee, prêmio Nobel de literatura de 2003, explora a natureza do poder absoluto e as ambiguidades da ética na figura de um magistrado honrado a serviço de um Império sempre mais brutal.
O cenário é um lugarejo poeirento na província ocidental de um certo Império. Um magistrado sem nome toca adiante sua rotina de funcionário correto a serviço de uma ordem que não lhe cabe questionar: recolhe impostos, dita sentenças e pouco se ocupa dos bárbaros maltrapilhos que perambulam a esmo pelo deserto escaldante. Nas horas vagas, abandona-se à melancolia e à escavação de ruínas próximas, cobertas pela areia. Seus dias de modorra moral são interrompidos pela chegada do Coronel Joll, emissário de uma misteriosa Terceira Divisão de "guardiães do Estado"...
À espera dos bárbaros reitera as preocupações éticas que movem toda a prosa de J. M. Coetzee. O romance parte das encruzilhadas da população branca no apartheid sul-africano para construir uma profunda meditação sobre a natureza do poder absoluto, da censura, do compromisso e da moral em tempos difíceis.