Quarta capa: Um arcebispo nadador assombrado pelo fantasma de Santo Agostinho. Um governador, amantes de festas, que espalha perplexidade com suas atitudes e seu discurso extravagante. Uma ambiciosa pesquisa genealógica mundial, em busca não se sabe bem de quê, ou de quem. Jovens à procura de emprego em uma sociedade cujos valores trazem os sinais trocados.
Partindo de elementos como esses, e associados à fantasia um fino retrato de nossa época, Rubens Figueiredo constrói A Festa do Milênio, onde tudo parece ser sinal ou símbolo de outra coisa, mas nunca daquilo que se espera.
Orelha: Em que se transforma o mundo quando a nossa vida, em cada pequeno detalhe, passa a ser apenas uma cadeia de símbolos, mensagens em códigos bizarros,cuja fonte não conhecemos, e para cuja decifração não estamos equipados?
Em que se transformam os homens quando cada gesto e cada emoção tomam a forma de senhas e contra-senhas de um plano cujos fins nunca são declarados? Ou quando um trivial calendário ganha uma significação oculta grandiosa, e faz com que a própria vida se resuma a uma espera inquietante?
A partir de um universo onde palavras se camuflam em frases, números se disfarçam em imagens, e homens em não-homens, Rubens Figueiredo cria, em A Festa do Milênio, um romance que combina elementos da moderna ficção de aventura com uma imaginativa reflexão literária a respeito do homem como produtor de símbolos.
Lançando mão de personagens que expressam com sensibilidade e bom humor o panorama humano de nossas cidades, o autor surpreende, por outro lado, por imprimir um ritmo vertiginoso a uma trama tão cerrada na elaboração quanto ambígua em significações. Um sistema de ambiguidades que impregna a própria narração, entrecortada por intervenções de origem dúbia, e que por fim incorpora ao livro o próprio leitor e as suas dúvidas, as quais parecem ser, afinal, as mesmas do livros em suas mãos.