"A Grande Viagem" é um livro escrito dentro da linha que tem caracterizado a obra de Semprún: memórias da guerra, passado, presente e futuro interligados de forma que simbólica - aparentemente de difícil compreensão, mas, na realidade, uma forma admirável de transmitir ideias. Um trem parte rumo à Alemanha, de um estação do interior da França, na calada da noite. Em seus vagões de carga leva prisioneiros, apertados aos pontos de não poderem se mover, para um campo de concentração nos arredores de Waimar. A janela gradeada de um desses vagões conversam dois jovens pertencentes à resistência francesa. Um camponês e um universitário, que não é francês, mas espanhol exilado anos antes por motivos políticos. Assim Semprún - também espanhol exilado na França - inicia o relato de "A Grande Viagem", que se desenvolve à medida em que o trem avança e no qual passado, presente e futuro entre-misturam-se.