"Mas o que é a arte? A invenção dos prazeres? O esquecimento da rotina?
Os sentidos, o prazer, a nudez, a beleza... seria moral? Seria arte? A síntese mais humana da criatura é a felicidade: fenômeno desconhecido dos tratados de moral. E a castidade? O mundo de hoje é menos casto. Preservar a inocência não é mais seu lema. Sua preocupação é "saber", "experimentar", "nada excluir", eis o novo instinto. Se esta transformação se realizar, o Apocalipse - ecológico ou não - não será para hoje.
O erotismo desperta na imaginação e no corpo os seres e os atos que a moral condenava. O amante não poderia ser esposo... as carícias eram banidas... O anor era limitado.
O erostismo dá prioridade aos homens sobre os totens, aos atos sobre os tabus, reunindo as finalidades da ciência, ao mesmo tempo que atinge os sonhos da arte.
No amor, nada é "contra-natura", assim como na arte nada existe de anormal, porque à Natureza nada se opõe, e ao Homem nada limita."