"A Mulher e a Luta pelo Socialismo" traça um panorama histórico, político e teórico sobre os milhares de anos de opressão e exploração que pesam sobre as costas de mais da metade da população mundial. Mas não se trata apenas do passado. Ao resgatar a história, o marxismo sempre se preocupou com o futuro. Em um dos textos mais marcantes da coletânea, Lenin afirma: “A mulher, não obstante todas as leis libertadoras, continua uma escrava doméstica, porque é oprimida, sufocada, embrutecida, humilhada pela mesquinha economia doméstica, que a prende à cozinha, aos filhos e lhe consome as forças num trabalho bestialmente improdutivo, mesquinho, enervante, que embrutece e oprime. A verdadeira emancipação da mulher, o verdadeiro comunismo, só começará onde e quando comece a luta das massas (dirigida pelo proletariado, que detém o poder do Estado) contra a pequena economia doméstica, ou melhor, onde comece a transformação em massa dessa pequena economia em grande economia socialista”.
Essa visão marxista da luta contra a opressão da mulher é absolutamente oposta à maioria esmagadora das “teorias de gênero” hoje vigentes, que buscam explicar a opressão da mulher pelo homem como sendo o resultado natural e inevitável da convivência entre os dois sexos. Tal perspectiva, absolutamente a-histórica e anti-científica, só serve para jogar as “mulheres em geral” contra os “homens em geral” e atrasar a libertação de ambos (sobretudo das primeiras) das garras da exploração e da opressão capitalistas. O marxismo, ao contrário, oferece, nas páginas deste livro, uma análise histórica clara e uma perspectiva futura absolutamente otimista em relação à luta contra a opressão: uma sociedade sem classes, sem diferenciações de gênero, raça, nacionalidade ou orientação sexual – uma sociedade socialista.